Entrevista com o ator Zé Wendell.
Como foi sua infância, o que gostava de fazer e quando começou gostar das artes?
Minha infância foi no interior da Paraiba numa cidade chamada Cacimba de Dentro. Minha família é de lá e a cidade tem 15mil habitantes apenas, praticamente um bairro do subúrbio do Rio (cidade onde moro hj). Eu adorava brincar na rua; imitar apresentadores de TV, como a Xuxa e o Gugu. Também adorava imitar as amigas da minha mãe. Como era uma criança calada e tímida criava meu mundo à parte e Induzia todos os meus amigos a brincarem de cinema reproduzindo filmes policiais e de aventura. Minha infância estava dividida entre as brincadeiras na rua com os amigos e a TV na sala de casa. Ah, não posso trair minha memória, também tinham os gibis e as histórias de terror que minha avó adorava contar. Aos doze anos morando em Csmpina Grande, ainda na Paraiba fui com o colégio ver uma peça de Teatro: Os Saltimbancos. Fiquei encantado e logo pensei: quero subir alí. Mas, Fora esse ufanismo comovente e quase cinematográfico dessa retrospectiva, sempre me pergunto porque o Teatro. E tenho uma resposta: porque no Teatro eu existo e posso falar.
O que gosta de fazer nos momentos livres?
Nas horas vagas eu adoro ler e ver filmes e séries. Não consigo parar, acredito ter uma certa obsessão pela arte. Mesmo fora dos palcos estou sempre estudando. Gosto de criar, e me alimentando dos livros e do audiovisual me sinto mais criativo. Acredito que o ator aprende muito quando se coloca no lugar de observador. Quando leio observo as imagens que crio e quando assisto alguma obra, seja no vídeo, ou ao vivo no teatro, ou até mesmo nas situações mais corriqueiras do dia-a-dia , aprendo muito mais como ator.
Como Bacharel em interpretação pelo curso de Artes Cênicas, qual conselho você daria para iniciantes nesta área?
O curso de Bacharel é importantíssimo porque além do diploma você tem acesso a teoria. É de suma importância para um ator saber quem era Stanislavski, Brodowski; Ibsen, Artaud, Ionesco, Harold Pinter, Brecht; Shakespeare, Nelson Rodrigues, a própria história do teatro Brasileiro, enfim entender, praticar e ter contato com vários artistas dentro da universidade também faz parte da grande experiência. Não tenho preconceito com a academia. Embora seja importantíssimo saber que não é a universidade que te fará um artista. A faculdade aponta caminhos. O ator só é ator na pratica. A teoria é o plus e a leitura é a força motriz.
Qual seus maiores ídolos?
Os artistas que me inspiram são os perseverantes. Os mais diversos: "Os trapalhões"; Chico Anysio; Ariano Suassuna; Fernanda Montenegro; Marco Nanine e minha querida diretora da Cia Omondé (minha família carioca) Inez Viana. Poderia citar diversos e em diversas áreas como na música amo a voz e a presença artística de minha conterrânea Elba Ramalho. Por hoje fico com esses, mas sei que tem muito mais por aqui, sou vasto.
Quatro atores entre eles Zé Wendell, num breve bate papo sobre a profissão: as dificuldades, como começar, o preconceito e algumas dicas para quem pretende ser ator.
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