Lama, carnificina, mineradora, pular corpos, falta de água,
horror, ganância, feridos, soterrados, intolerância, barragens, essas e tantas
outras palavras estão fazendo parte do nosso dia-a-dia, nos últimos dias. Seja
aqui tão perto de nós, ou do outro lado do oceano, nos toca igualmente, tanta tristeza,
tanto sofrimento, tanta falta de amor, de paz.
Não podemos, nem devemos, medir as tragédias, apenas pensar
sobre tudo que aconteceu, ajudar quando possível, como possível, com gestos
concretos ou pensamentos positivos, e orações.
Anos atrás em 1957, um escritor francês,Maurice Druon, escreveu um livro
infantil, “Tistu, O Menino do Dedo Verde”, ”Tistu é um menino muito alegre, que nasceu e foi criado com todo o luxo
que seus pais , donos da maior fábrica de canhões . Ao completar oito anos, inicia
a escola para se preparar para, no
futuro, assumir os negócios da família. No entanto, logo no terceiro dia de
aula o menino é expulso do colégio por dormir durante as aulas. Com isso, os
pais de Tistu decidem que a educação do menino se fará dentro de casa, sem
professores ou apostilas, apenas com seu cotidiano. No dia de sua primeira aula
com o jardineiro Bigode, Tistu descobre
um dom excepcional: ele tem o dedo verde – o que significa que basta um toque
de seu polegar para que surjam plantas e flores onde quer que ele encoste.”
Como seria bom se o dom do menino fosse multiplicado, não precisa aparecer
pessoas de dedos verdes, mas pessoas que transformem canhões em flores. Pessoas
que não se preocupassem em riquezas, mas com pessoas, ser humano que
enxergassem outros ser humanos, com amor e não com ódio, que respeitassem
outras opiniões, outras religiões, evitassem rios de água pura, virassem
enxurradas de lama, com tudo isso, evitar destruição de cidades, casas e de tantas vidas,
e transformar a guerra em paz.