quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Entrevista com Luiz Araújo - David Driesmans e Renata Ribeiro


Ola pessoal!!!!Estou muito feliz, com mais uma entrevista, essa tive a colaboração de Renata Ribeiro.
David Driesmans e Renata Ribeiro: Luiz Araújo, conte-me um pouco sobre o começo de tudo, como você decidiu ser artista, sobre sua formação e qual conselho daria para quem quer começar nesta profissão tão difícil no nosso país.
 

Comecei minha carreira com 13 anos, busquei a arte como um refúgio de uma realidade que não me agradava muito, coisa de adolescente, enfim, foi na arte que descobri “minha casa”, que é onde me sinto bem, me sinto inteiro, é através dela que me expresso, tenho liberdade de falar o que eu penso. Muitas vezes é uma profissão muito dura, mas é o que me dá uma grande satisfação, enfim tenho mais de 20 anos que atuo e faço com muito prazer. Quanto ao conselho, penso que é um caminho muito cheio de altos e baixos, as pessoas não fazem ideia do que é a construção de uma cena, existe um falso glamour, mas como disse Fernanda Montenegro “Se for realmente essencial na sua vida, siga essa carreira, se não, procure outra carreira”. E se então for essencial, estude bastante sobre a arte da interpretação que é uma arte tão complexa e tão rica.




                                                           

David Driesmans e Renata Ribeiro: Fale-me um pouco dos seus trabalhos antes do Lisbela e o Prisioneiro. Sua primeira peça em 2001 – “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, de José Saramago, direção de Jose Possi, até seu trabalho na televisão, na minissérie “Dalva e Heriberto – Uma Canção de Amor”, de Maria Adelaide Amaral.

Na verdade “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, foi minha primeira peça quando eu me formei na Escola de Arte Dramática. Porque interpreto desde os 13 anos e fiz muitos trabalhos como, publicidade, peças e infantil. Foi com 18 entrei na escola de arte dramática na USP, fiquei aproximadamente cinco anos estudando e aprendendo muito. Logo que sai da escola, fiz uma novela no SBT, depois fui fazer “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, na verdade, conto como meu estagio junto com Celso Frateschi, que era diretor da escola na época. De lá pra cá, fiz muito musical, muita peça, comecei a cantar bastante, fiz um show meu chamado “Pelo Avesso”. Fiz alguns musicais, geralmente ligados a nossa cultura, um assunto que sempre me interessa, fiz o “Aroma do Tempo”, “Rapsódia dos Divinos”, e alguma coisa dos anos 80. Lando B, companhia de teatro Rock, com Wolf Maia, “Garota Glamour” e “ Musical dos Musicais”. Na televisão fiz, a minissérie “Dalva e Herivelto: uma Canção de Amor”, qua a Dalva era a Adriana Esteves, e o Herivelto era o Fábio Assunção, eu fazia o Nacib, eu era o amigo dela, foi um trabalho muito bonito de pesquisa, com todo cuidado trabalho de pesquisa, da Rede Glono, nas minisséries. E agora acabei de fazer “ Rodas sobre Rotas” da Tv Cultura, que fala da importância do meio ambient, de como ta sendo preservado hoje em dia, ou não, ou ta sendo destruido, enfim alguns trabalhos que eu posso mergulhar bastante. 
Em musicais grandes, começei no “Grease – ns Tempos da Brilhantina”, eu tinha acabado de fazer “O Evangelho Segundo Jesus Cristo” tava essa onde de musicais, eu tinha um certo preconceito até, e uma amiga minha foi fazer um teste, comentou, e fiz passei e de lá para cá, fiz diversos musicais, mas antes de qualquer coisa eu sou um ator, sou um interprete, assim que eu me considero, seja no teatro, na televisão, musicais, eu sou um interprete, que poder falar aquilo que meu mundo vive, o que meu país enfrenta, através dos meus trabalhos, sempre com muito humor, amor, mas colocando as pessoas para refletir sobre nossa realidade.                   

David Driesmans e Renata Ribeiro: Luiz, você está atuando no musical Lisbela e o Prisioneiro nesta temporada aqui em São Paulo, teve algum momento marcante que levará de bagagem para o Rio de Janeiro?

Lisbela e o Prisioneiro é a realização de um sonho, a Lígia Paula Machado já é minha parceira de longa data, fizemos juntos o Primo Basilio – O Musical, o qual tenho muito orgulho de ter feito com ela, ficamos 4 anos com esse espetáculo, cheguei fazer o Zorro, durante esse tempo com a Camila Camargo, o Jarbas Homem de Melo e a Naima, com direção do Roberto Lage. O Lisbela veio dessa parceria da qual tenho muito orgulho, estar fazendo esse musical é muito bom, com elenco de primeiro, guardo momentos inesquecíveis de uma temporada incrível em São Paulo com teatro lotado. Guardo também momenos com minha amigona Marilice Cosenza, que fez Inaura e que sai agora para fazer o musical da Claudia Raia.


David Driesmans e Renata Ribeiro: VocÊ tem algum ídolo, alguém que te inspire? Qual seu maior sonho na carreira de ator. Ou um papel que gostaria muito de fazer?   

Geralmente as pessoas que me inspiram, são aquelas que tem o poder de discernimento muito grande, não só na área de interpretação como na música, como nas artes plásticas, tudo é complemento do meu trabalho, Elis Regina, é uma grande referência para mim, “Fernandona”, (Fernanda Montenegro), também, Jorge Amado, Clarice Lispector, na literatura, muitos outros me inspiraram também.
E eu gosto de personagem bom, independente de tamanho, do veiculo, da linguagem, eu gosto de personagem bom, no momento um personagem que eu to realizando um sonho em fazer é o “Leleu”, é complexo, é um artista assim como eu, vive da sua arte, num país que não tem muita cutura, não incentiva a cultura, assim como eu, e ao mesmo tempo te muita alegria de viver, muita alegria de pisar em cena, muita alegria de quando da o terceiro sinal, contar uma linda história de amor e de humor, para as pessoas que estã muito atentas, respeito muito meu público, o personagem do momento é o dos sonhos, é o “Leleu”.


David Driesmans e Renata Ribeiro: Luiz, infelizmente ainda existe o preconceito nos dias de hoje, você enfrentou algum preconceito devido a sua profissão, se sim, como você encarou?

Infelizmente o preconceito existe, em todas as áreas seja racial, sobre sexualidade, ou seja, é um absurdo em pleno ano de 2015 acontecendo casos como o da Maju, a garota do tempo com comentários horríveis, de pessoas que se acham melhor que alguém pela aparência ou mesmo pela cultura. Hoje em dia, penso que qualquer tipo de preconceito tem sim que ser discutido, tem que ser recriminado e tem que buscar através das leis que esse tipo de ato não se repita. Afinal somos diferentes, viemos de lugares diferentes, e ao mesmo tempo o que todos nós queremos é ser feliz. Eu na minha função de artista tento trazer uma certa consciência de que mesmo vivendo em um mundo complicado temos que ter esperança e seguir em frente porque viver vale muito a pena. Eu acredito em um mundo melhor e que o ser humano tem concerto, e que em algum momento nos abraçaremos verdadeiramente e perceberemos que a maior importância não é esse mundo capitalista que vivemos, e sim as relações verdadeiras e ajuda ao próximo é o que importa. É o que tento fazer através da minha arte, mostrando que com humor e com amor podemos nos ajudarmos muito e fazermos um mundo melhor.

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